Avistou-a então, sob o palio lunar, o anjo. Que como um fulgente raio desaparece. Grita então o amante:
-Sinto em dizer, contudo, me é extenuante, de tal forma, ver-te tangida por outras falanges... Sinto-me em torpor mesquinho e febril, entretanto, é-me tão consuetudinário agora que em todo o tempo as imagens são ininterruptas...
Nada ouve em resposta. O silêncio lhe corrompe. Grita.
- ...
Novamente nada ouve. Então entre um alvoroço e um ardor. Grita:
-Oh! deus... Não sabes da algia um simples coloquios, uma irrisória parcela... Predizendo d'um ruidoso destino, onde remoto me sinto perto, contiguo me sinto distante...
Silêncio.
- ...
Grita, já sem esperança:
-Depreciativo é o prelúdio do ardor frugal que me, agora, abranda... Ameno como um vulcão em atividade... Proscrito por maldizentes solilóquios...
Silêncio.
- ...
Por fim, em última tentativa, grita:
-Sou eu embevecido em teus singelos e feéricos traços...
Silêncio.
- ...
Silêncio.
silêncio.
Consumiu, então, o silêncio ao amante. De desilusão afronta-se e extirpa para fora o coração como forma final de demonstrar o amor...
Sem resposta, sabe que o amor, único amor, foi perdido, e não tem, como sempre soube, nenhuma chance de retornar ao estado de cume do amor próprio...
Aos desesperos sae. Cabisbaixo vês sumir o que um dia foi amor. Ao longe vê que poderia ir longe, tão mais longe, que ainda estaria ali à espera de uma única palavra, uma única letra. Desesperançoso. Diluido pela ferina dor. Sem esperança. Voa, voa, voa até o infinito, o tempo lhe esvai. As asas, em plumas, vão dessecando. Encontrou então, sob um impacto, a luz que lhe deu nova VIDA.
Subiu..
Subiu..
Subiu..
Sem mais sinal de amor algum... Só de amenidade...