Ontem andava cabisbaixo pela rua,
e reconhecia as cicatrizes que caiam.
Cicatrizes, reflexos, retalhos, áscua...
As portas do passado se ascendiam.
Ontem emudeci o universo meu,
desfiz da minha criatura, meu ser.
Andei sob o sol e o céu reconheceu
a mágoa, mas não me quis tecer.
Ontem a chuva a mim representava,
e molhava a terra com minha ilusão.
Ontem o espelho da alma ecoava
meu âmago de tortura e perdição.
Ontem o hoje sequer importava,
Ontem o hoje não tinha expressão.
Restos de ontem me encontraram,
e me deixaram aos pedaços, enfim.
Ontem fui anequim. Ontem me arrastaram.
Ontem me deixaram. Ontem serei caim!
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